Não se sabe ao certo o início do Bordado de Arraiolos, pensa-se que eventualmente terá sido iniciado nos conventos alentejanos, por volta do Sec. XII, embora só existam registos oficiais a partir do início do Século XVII.
Início do Século XVII - os tapetes eram muito diferentes dos atuais. Havia mistura do ponto de Arraiolos com outros pontos, o mais usual era o ponto pé de flor, com o qual eram feitos os contornos e as franjas eram feitas com agulhas de crochet. Tinham uma grande variedade de cores e muito vivas. A maioria dos desenhos eram criados por quem confeccionava o tapete.
Meados do Século XVII - surgiram alterações na confecção dos tapetes, deixou de haver mistura de pontos, os contornos passaram a ser feitos em ponto de Arraiolos e as franjas em teares próprios. Os desenhos tornaram-se mais eruditos inspirados sobretudo nos tapetes asiáticos, com motivos de animais, medalhões…. Mantiveram-se as cores alegres.
Início do Século XVIII - embora mantendo o estilo de desenhos, as cores alteraram para menos vivas e alegres.
Meados do Século XVIII - houve um grande incremento na confecção de tapetes de Arraiolos. O tipo de desenhos alterou profundamente, desapareceram os motivos orientais e apareceram as flores, os laços, bonecas…
Finais do Século XVIII - começou a decrescer a produção artesanal dos tapetes de Arraiolos. Os que continuavam a aparecer feitos tinham desenhos muito básicos e cores muito mortas.
Século XIX - a indústria artesanal quase que se extinguiu. Poucas artesãs continuaram a produzir tapetes. Começaram a surgir tapetes feitos à máquina, com desenhos mais bonitos e modernos e a preço mais acessível.
Século XX - O tapete de Arraiolos ressurgiu. Muitas artesãs, sobretudo donas de casa da zona do Alentejo, com especial incidência da Vila de Arraiolos e arredores, que com necessidade de melhorar a sua economia familiar e também de ocupar algum do seu tempo livre, começaram a bordar tapetes de Arraiolos e a vendê-los para as lojas (que habitualmente era quem lhes fornecia os desenhos e os materiais – tela e lãs) que os vendiam ao público. Baseavam-se em tapetes já muito antigos, cuja maioria se encontrava em museus, por isso já com cores muito esbatidas, daí utilizarem cores pouco vivas, as quais se mantêm atualmente nos desenhos mais clássicos.
Finais do século XX e até à presente data - começou a existir uma grande liberdade na criação de motivos e utilização de cores. O que permanece imutável é o PONTO DE ARRAIOLOS.
Em 2021 o tapete de Arraiolos entrou para o Inventário Nacional do Património Imaterial Português.
Existe em Arraiolos O Centro interpretativo do Tapete de Arraiolos, com visitas guiadas onde é contada toda a sua história, e podemos ver desde os desenhos aos materiais utilizados e ainda belos exemplares de tapeçaria, alguma já muito antiga.
Parabéns 🎉👏